segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Porto Não tem Banco, o Benfica Sim

Ontem à noite, dois jogos: Feirense-FC Porto, Benfica-Académica. Hulk e Álvaro Pereira de fora e várias substituições no onze; Aimar no banco, Bruno César em jogo e a dar espectáculo. Um dado vital salta à vista: o Porto não tem opções aos titulares habituais, o Benfica nada nelas.

Feirense-FC Porto
Gostaria de dizer que o Porto teve azar; mas não teve. Com demasiadas alterações, foi uma equipa triste e sem ligação entre sectores, incapaz de sobreviver à ausência e desinspiração dos seus melhores jogadores. Hulk e Álvaro ficaram de fora e fizeram imensa falta. O Incrível, apesar de não ser fenomenal, é muito bom jogador e já muito maturo, capaz de dar esticões ao jogo. O Palito é um lateral-esquerdo de classe mundial, absolutamente insubstituível - e Fucile ficou muito aquém... João Moutinho ficou afogado em funções defensivas face ao atrevimento do ataque aveirense e James estava em noite não. Na primeira parte, ainda desequilibrou - foi o mais inconformado com a apatia portista -, mas na segunda, especialmente após ter sido desviado para o centro do ataque, desapareceu quase até ao fim do jogo. E bem podia ter ficado sem se ver até ao apito final - aquela expulsão foi absolutamente ridícula...

Benfica-Académica
Viu-se uma Académica atrevida, em busca de pontos, como dissera Pedro Emanuel na véspera. Mas o Benfica, mesmo guardando os habituais titulares, arrumou com a Briosa. Bruno César transpira classe e faz cada golo mais belo que o outro. Nolito tem a escola do Barcelona e faro de golo. Emerson bem podia ter dado o lugar a Capdevilla, mas Jesus é que sabe. No fim, ainda houve tempo para Aimar entrar e marcar um golo raro de cabeça. Basicamente, opções não faltam no banco encarnado.

Banco: ter ou não ter, eis a questão
Fica a conclusão de que o Porto tem um plantel sem opções: Mangala ainda é jovem (mas com talento para explorar), Fucile não é Álvaro e Sapunaru não é Fucile, Kléber não é Falcao, Walter não tem oportunidades (ele que é um dos mais concretizadores do campeonato - este jogo era para ele), Belluschi não é Guarín e Guarín não é Fernando, Djalma não é nenhum dos outros extremos, Varela está em péssima forma e, acima de tudo, Cristian Rodríguez não é Hulk. E James, aquele de quem se esperava que carregasse o dragão às costas, ainda é um miúdo. Mas já lá vamos. Quanto ao Benfica, mostrou que nada em alternativas: Matic faz bem de Javi García, Saviola não perde qualidade e Bruno César explana categoria em campo. Triunfo categórico das águias na batalha dos bancos; resta agora saber quem ganha dentro das quatro linhas - e o Porto está sem James...

James Bond?
Que um dia será dos melhores do Mundo, parece não haver qualquer dúvida. Mas ainda tem muito para aprender. Num momento de forma fantástico, ontem esteve numa noite pouco inspirada. Ainda precisa do apoio dos companheiros, que ontem não lho deram. Precisa de ter a bola e ontem não a teve. E precisa de crescer. Não nos esqueçamos que ele ainda é muito jovem e tem um grandíssimo futuro pela frente. Ontem demonstrou tudo o que se diz aqui. Num período de maior afogo da equipa, acabou por perder a cabeça após uma falta sobre ele cometida. Esboçou uma agressão (não penso que tenha dado um soco, na verdadeira concepção da palavra, ao adversário) e recebeu o castigo por isso. Fica fora de um dos jogos mais importantes da época e, como o próprio já disse, aprendeu a lição. O Porto não deve ficar sem James Rodríguez, pois ele traz um perfume inigualável ao futebol dos dragões. Mas ficou - e agora vai pagar as consequências...

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