sexta-feira, 6 de abril de 2012

Açorda Inglesa



Red Devils. O meu sonho a longo-prazo? Juntar diversas personalidades do futebol mundial no Manchester United, que seria certamente o mais grandioso colosso do futebol mundial. Explico já - e num texto bastante curtinho!


Primeiro Passo
Este "plano" passaria por, numa fase inicial, contratar o médio defensivo encarnado Javi García. Um médio alto e espadaúdo, bom de pés e um autêntico muro. Certamente aquilo de que o United necessita. Imaginem um duplo-pivô formado pelo espanhol e por Anderson: maravilha!


Segundo Passo
Seria depois inevitável que os red devils contratassem o prodigioso James Rodríguez, médio/avançado muito do agrado de Alex Ferguson. Fosse para a ala ou para o meio-campo, o jovem colombiano seria certamente uma mais-valia para a formação inglesa, além de ser um activo muito jovem e com um percurso longo e brilhante pela frente. O meio-campo constituído por Javi e Anderson com El Bandido à frente seria o melhor - e mais jovem - da Europa.


Terceiro Passo
Isto aconteceria já depois de Ferguson se retirar. O substituto natural? Adivinharam: José Mourinho. E, com o fenomenal técnico português, o maior talento luso de todos os tempos: Cristiano Ronaldo. Bem sei que é uma possibilidade remota, mas posso sonhar, não posso?



Quarto Passo
GANHAR A CHAMPIONS. Tão simples quanto isso.



Ibéria League



2010/2011, 2011/2012. Nas duas últimas edições da Europa, todos os finalistas saíram da Península Ibérica. Na época passada, foram três clubes portugueses e um espanhol; nesta, a façanha foi invertida. E já estamos em quinto no ranking UEFA... É obra! 

2009/2010
É como que o prelúdio de um crime, o prenúncio de algo glorioso. No primeiro ano do novo formato da segunda competição da UEFA, a nossa península teve três equipas nos quartos-de-final, com o Atlético de Madrid a bater o Valência e o Benfica a perder para o Liverpool. Os rojiblancos seriam campeões.

2010/2011
Época gloriosa para o futebol português e para um tigre colombiano chamado Radamel Falcao. Lembram-se dele, claro. Nessa época, três clubes portugueses figuraram entre os quatro semi-finalistas da Liga Europa, acompanhados do espanhol Villarreal. O Braga bateu o Benfica e o Porto afundou o Submarino Amarelo. Final 100% portuguesa, FC Porto no auge da Europa futebolística.

2011/2012
Curiosamente, este ano, os dois finalistas da edição anterior nem sequer entraram para os quartos-de-final. Porém, tivemos um digno representante no Sporting, que avançou para as meias-finais. E, em jeito de vingança pelo ano passado, três clubes espanhóis contra um português. De pouco importa: Portugal é já uma das duas potências da Liga Europa, a par da irmã Espanha. E isso é de louvar!


Sporting CP
A formação leonina atingiu já 5 meias-finais europeias, a mais recente esta época, sendo que disputará o passe para a final da Liga Europa, contra o Athletic Bilbau. A sua maior jornada europeia até hoje foi na época 2004/2005, em que os leões atingiram a final da Taça UEFA, perdendo para o CSKA de Moscovo. Já ganhou uma Taça das Taças (1963/1964), porventura o título mais importante conseguido. No seu currículo vem também a Taça Intertoto de 1968 e foi segundo na Taça Latina de 1948/1949.
Hoje em dia, os destaques por sector são Insúa e João Pereira na defesa, Matías no meio-campo e Capel e Ricky no ataque. A figura maior da equipa, e grande herói da caminhada europeia do Sporting, é o guarda-redes internacional português, Rui Patrício.


SC Braga
O Sp. Braga tem um palmarés menos rico na Europa que os outros grandes portugueses, porém já demonstrou que veio para ficar. No currículo figuram a Taça Intertoto 2008 e o segundo lugar da Liga Europa, perdida precisamente contra o co-nortenho Futebol Clube do Porto. Já em termos caseiros, a coisa muda de figura, estando o Braga na contenda pelo título nacional - a jornada que aí vem é decisiva...
Por hora, nota muito positiva para o muro Quim, na defesa Ewerthon é o grande destaque e Alan faz mossa no ataque, tal como o português Hélder Barbosa. Contudo, as grandes figuras do plantel são o goleador Lima (melhor marcador da Liga ZON Sagres) e o médio genial Hugo Viana, capitão e pilar absoluto da equipa.


SL Benfica
O Benfica tem uma história rica na Europa. Duas Taças (Ligas) dos Campeões, nas épocas 1960/1961 e 1961/1962, tendo ficado em segundo lugar por cinco vezes: 62/63, 64/65, 67/68, 87/88 e 89/90. Em segundo lugar ficaram também, por duas vezes, na corrida à Taça Intercontinental: 1961 e 1962. Em relação à Taça UEFA, foram à final na época 1982/1983, tendo também sido um dos semi-finalistas (batido pelo Braga) na época histórica de 2010/2011. Nota para o facto de o Benfica ser o clube português com mais títulos caseiros e o segundo com mais títulos nacionais e internacionais.
Artur tem-se afirmado como um grande guarda-redes, Luisão é o patrão da defesa, e as águias têm em Maxi um lateral-direito de craveira mundial. No meio-campo, Javi é um autêntico muro, e no ataque, jogadores como Gaitán, Nolito, Bruno César e Cardozo são assustadores para qualquer adversário. Porém, é no génio de Aimar que se encontra maior destaque; o argentino com pézinhos de lã é o motor criativo dos benfiquistas, sendo que, com ele em campo, o futebol encarnado parece mais perfumado.


FC Porto
O Porto é o clube naiconal com mais títulos. Em relação à Europa, tem duas Ligas dos Campeões (a primeira ainda na época em que a competição se chamava Taça dos Campeões): 1986/1987 e 2003/2004, os dois anos de maior glória na história do clube, com dois treinadores lusos: o histórico Artur Jorge e aquele que é, muito provavelmente, o melhor treinador de todos os tempos - José Mourinho. Os dragões contam também com duas vitórias na segunda competição da UEFA: 2002/2003 (ainda Taça UEFA) e 2010/2011 (já Liga Europa). Os azuis-e-brancos foram segundos na Taça das Taças de 1983/1984 e contam com uma vitória e três segundos lugares na Supertaça Europeia, respectivamente: 1987, 2003, 2004 e 2011. Atenção também para as duas Taças Intercontinentais, em 1987 e 2004, e para a não oficial Taça Ibérica, em 1935. O Porto é clube português com mais títulos a nível nacional e internacional. Destaque para André Villas-Boas, obreiro da grande época de 2010/2011, e para o grande José Mourinho, por muitos considerado o melhor treinador da história do clube.
Actualmente, Helton é fundamental na baliza, sendo Álvaro Pereira o grande destaque defensivo. Fernando, Lucho e João Moutinho compõem um meio-campo de sonho e, na frente, James Rodríguez é o jogador em melhor forma neste momento, com doze golos na Liga Portuguesa. Todavia, o grande destaque portista, estando na boca dos tubarões todos os Verões, é o Incrível Hulk, poço de potência, velocidade e muito talento.



Radamel Falcao
Destroça defesas com as suas desmarcações e tabelinhas com os companheiros, desfeita guardiões com as suas garras e disparos decisivos. É um dos melhores goleadores dos últimos tempos, sendo um dos mais grandiosos que já passaram por Portugal. Quiçá o melhor cabeceador do mundo, marcou uma época no FC Porto. El Tigre devora balizas, brindando-as com golos de todas as formas e feitios. É, indubitavelmente, o melhor nove puro da actualidade - e teria ainda maior destaque a nível mundial se estivesse num clube menos modesto que o Atleti.
O "9" colombiano é o melhor marcador de uma competição europeia numa só temporada, com 17 golos, tendo os mais marcantes dessa campanha (2010/2011) sido os quatro com que aniquilou o Villarreal na primeira-mão das meias-finais, mais o golo marcado na final da Liga Europa, frente ao Sp. Braga. Leva 26 golos em 28 jogos, com uma média de 0,92 tentos por partida. Um fenómeno!

Rossi

Soldado

Llorente

Falcao


Espanha
Nuestros hermanos são uma reconhecida potência do futebol mundial, com os seus dois maiores colossos, Real Madrid e Barcelona, a ocuparem correntemente os lugares cimeiros das melhores equipas do Mundo. Culés ou merengues, Merengues ou culés, tanto faz. São, simplesmente, as duas melhores equipas do planeta. Mas a glória na Liga Europa não está alicerçada nestes dois gigantes, mas nas equipas de segunda linha do campeonato espanhol.
Villarreal, o único espanhol nas meias-finais da prova do ano passado, e Valência, Athletic Bilbau e Atlético de Madrid, os três nolitos que cercam o nosso Sporting na fase de quatro da corrente época. 
No Villarreal, os destaques são Rossi e Nilmar, no Valência Soldado é rei, no Athletic as estrelas são Llorente e Muniain e no Atlético a figura maior é... nem mais: Radamel Falcao.
Quatro clubes que elevam o nome de Espanha - e da Península Ibérica - nas competições europeias. Os meus mais sinceros parabéns!

Mas agora... força Sporting! Força PORTUGAL!!!


domingo, 1 de abril de 2012

A César o Que é de César, o Campeonato ao Campeão





Jornada 25. E pronto! Voltámos à ordem natural das coisas! O Porto em primeiro, o Benfica como eterno segundo, o Braga em terceiro... e o Sporting mais lá para o fundo. Digo isto sem maldade, com o espírito leve e virado para a brincadeira do comum adepto que vê a equipa do coração a jogar bem e a obter resultados. No final, o desfecho dos dois jogos foi benéfico para o FCP, que regressou à liderança após... uma semana.

Benfica 2-1 Sp. Braga
Desde cedo se sabia que o duelo iria ser interessante de se ver e muito bem disputado. Embora o Braga partisse para o jogo com ligeira vantagem pontual e anímica - primeiro lugar e duas partidas consecutivas dos seus adversários sem conhecer o sabor da vitória -, o embate seria na Luz, e na Catedral... manda o Benfica. Assim foi.
Mas ontem, a Catedral foi um Império. Regressado dos mortos, o imparável quando inspirado Nico Gaitán perfumou o relvado encarnado com o seu futebol prodigioso, a justificar o porquê do interesse dos dois rivais de Manchester. E, como no Império Romano, em que o exército suava e definhava para fazer brilhar o seu líder, o "20" da Luz jogou e encantou para fazer com que o seu (Bruno) César marcasse o golo da vitória.
Realce para a exibição irrepreensível do jovem Miguel Vítor, que apenas deixou passar Lima quando se lesionou, e para mais um jogo apagado de Rodrigo e para a falha de Artur. Capdevilla já merece maior confiança de Jesus e não é que as invenções do técnico das águias funcionaram mesmo??
Nota positiva para o Braga, que nunca desistiu e proporcionou uns minutos finais de grande futebol e emoções fortes. O golo benfiquista ao cair do pano matou os minhotos; contudo, embora o resultado seja o mais justo, os guerreiros nunca se deram por vencidos e provaram ser justos concorrentes ao título. A contenda, apesar do desfecho desta partida, vai continuar a ser a três, e prevejo que assim prossiga por mais anos - e não seria ainda mais belo ver uma luta a quatro, com o Sporting também a disputar o título?

Miguel Vítor esteve perfeito até à lesão

Bruno César marcou o golo da vitória da Águia...

...e acabou por ser herói tardio

Já contra o Chelsea, Nico tinha estado em bom plano

Os marcadores dos dois golos encarnados

FC Porto 2-0 Olhanense
Não, não foram brilhantes - longe disso. Mas pela primeira vez desde há algumas jornadas, os rapazes conseguiram assinar uma exibição deveras agradável, num jogo em que o Olhanense não se resguardou e foi também à procura da vitória, contribuindo para que o Dragão assistisse a um bom espectáculo.
Nota para a dupla de centrais formada por Maicon e Otamendi, a provarem com uma exibição impecável que a sensação de que Rolando estava a fazer uma má época não estava errada: cabo-verdiano no banco, zero golos sofridos. Não pode ser coincidência! James voltou a ser craque: aquela finta de corpo a deixar o adversário pregado ao chão, seguida da colocação perfeita da bola, demonstram-no; além do livre directo que enviou ao poste da baliza de Fabiano, que foi gigantesco. Destaque também para Hulk que, apesar de não ter marcado, assinou uma exibição aguerrida, puxando a equipa para o ataque.
É pena que Lucho renda pouco mais que uma parte inteira, pois o talento, ainda que esteja todo lá, não é explanado na sua totalidade. Mas para rendê-lo está Defour, que acabou por participar na belíssima jogada do segundo golo portista, o qual matou quaisquer aspirações algarvias em obter algum ponto.
Tornou-se ontem óbvio que Lucho não pode ser colocado a "10" e que Moutinho não pode ser o (mais que ridículo) guarda-costas de Fernando. O Polvo, sozinho, chega para elas todas, de tão grande jogador que é. E o mini-tuga torna-se enorme quando se chega à frente, emparelhado com El Comandante. Os resultados estão à vista: golo para o argentino, prémio de Homem do Jogo para o português.
Os laterais que temos são meio amalucados, é verdade, mas de grande qualidade. Sapunaru voltou à grande forma e Álvaro (desta vez mais contido para não levar um amarelo que o deixasse de fora em Braga) continua a martelar os adversários pelo seu flanco. Janko, apesar de não marcar muitos golos, é importante: uma referência na área de peso que permite aos extremos terem mais espaço e o companheiro de tabelinhas dos jogadores azuis-e-brancos. Helton é o mesmo tipo tranquilo de sempre que, quando chamado a intervir, fá-lo com serenidade e eterna competência.
Uma vitória que não oferece qualquer tipo de contestação, com os dragões a voltarem merecidamente ao primeiro lugar do campeonato, dado que têm sido os mais regulares e que, até ver, levam vantagem no confronto directo com os seus rivais ao título. Irá o Porto conquistar o título? A ver vamos.

Lucho foi o autor do primeiro golo portista

Quatro dos cinco grandes destaques dos dragões (por altura)

Hulk não marcou, mas foi dos melhores; Fabiano foi grande

Cá está outro: James marcou um bom golo e voltou a brilhar