domingo, 1 de abril de 2012

A César o Que é de César, o Campeonato ao Campeão





Jornada 25. E pronto! Voltámos à ordem natural das coisas! O Porto em primeiro, o Benfica como eterno segundo, o Braga em terceiro... e o Sporting mais lá para o fundo. Digo isto sem maldade, com o espírito leve e virado para a brincadeira do comum adepto que vê a equipa do coração a jogar bem e a obter resultados. No final, o desfecho dos dois jogos foi benéfico para o FCP, que regressou à liderança após... uma semana.

Benfica 2-1 Sp. Braga
Desde cedo se sabia que o duelo iria ser interessante de se ver e muito bem disputado. Embora o Braga partisse para o jogo com ligeira vantagem pontual e anímica - primeiro lugar e duas partidas consecutivas dos seus adversários sem conhecer o sabor da vitória -, o embate seria na Luz, e na Catedral... manda o Benfica. Assim foi.
Mas ontem, a Catedral foi um Império. Regressado dos mortos, o imparável quando inspirado Nico Gaitán perfumou o relvado encarnado com o seu futebol prodigioso, a justificar o porquê do interesse dos dois rivais de Manchester. E, como no Império Romano, em que o exército suava e definhava para fazer brilhar o seu líder, o "20" da Luz jogou e encantou para fazer com que o seu (Bruno) César marcasse o golo da vitória.
Realce para a exibição irrepreensível do jovem Miguel Vítor, que apenas deixou passar Lima quando se lesionou, e para mais um jogo apagado de Rodrigo e para a falha de Artur. Capdevilla já merece maior confiança de Jesus e não é que as invenções do técnico das águias funcionaram mesmo??
Nota positiva para o Braga, que nunca desistiu e proporcionou uns minutos finais de grande futebol e emoções fortes. O golo benfiquista ao cair do pano matou os minhotos; contudo, embora o resultado seja o mais justo, os guerreiros nunca se deram por vencidos e provaram ser justos concorrentes ao título. A contenda, apesar do desfecho desta partida, vai continuar a ser a três, e prevejo que assim prossiga por mais anos - e não seria ainda mais belo ver uma luta a quatro, com o Sporting também a disputar o título?

Miguel Vítor esteve perfeito até à lesão

Bruno César marcou o golo da vitória da Águia...

...e acabou por ser herói tardio

Já contra o Chelsea, Nico tinha estado em bom plano

Os marcadores dos dois golos encarnados

FC Porto 2-0 Olhanense
Não, não foram brilhantes - longe disso. Mas pela primeira vez desde há algumas jornadas, os rapazes conseguiram assinar uma exibição deveras agradável, num jogo em que o Olhanense não se resguardou e foi também à procura da vitória, contribuindo para que o Dragão assistisse a um bom espectáculo.
Nota para a dupla de centrais formada por Maicon e Otamendi, a provarem com uma exibição impecável que a sensação de que Rolando estava a fazer uma má época não estava errada: cabo-verdiano no banco, zero golos sofridos. Não pode ser coincidência! James voltou a ser craque: aquela finta de corpo a deixar o adversário pregado ao chão, seguida da colocação perfeita da bola, demonstram-no; além do livre directo que enviou ao poste da baliza de Fabiano, que foi gigantesco. Destaque também para Hulk que, apesar de não ter marcado, assinou uma exibição aguerrida, puxando a equipa para o ataque.
É pena que Lucho renda pouco mais que uma parte inteira, pois o talento, ainda que esteja todo lá, não é explanado na sua totalidade. Mas para rendê-lo está Defour, que acabou por participar na belíssima jogada do segundo golo portista, o qual matou quaisquer aspirações algarvias em obter algum ponto.
Tornou-se ontem óbvio que Lucho não pode ser colocado a "10" e que Moutinho não pode ser o (mais que ridículo) guarda-costas de Fernando. O Polvo, sozinho, chega para elas todas, de tão grande jogador que é. E o mini-tuga torna-se enorme quando se chega à frente, emparelhado com El Comandante. Os resultados estão à vista: golo para o argentino, prémio de Homem do Jogo para o português.
Os laterais que temos são meio amalucados, é verdade, mas de grande qualidade. Sapunaru voltou à grande forma e Álvaro (desta vez mais contido para não levar um amarelo que o deixasse de fora em Braga) continua a martelar os adversários pelo seu flanco. Janko, apesar de não marcar muitos golos, é importante: uma referência na área de peso que permite aos extremos terem mais espaço e o companheiro de tabelinhas dos jogadores azuis-e-brancos. Helton é o mesmo tipo tranquilo de sempre que, quando chamado a intervir, fá-lo com serenidade e eterna competência.
Uma vitória que não oferece qualquer tipo de contestação, com os dragões a voltarem merecidamente ao primeiro lugar do campeonato, dado que têm sido os mais regulares e que, até ver, levam vantagem no confronto directo com os seus rivais ao título. Irá o Porto conquistar o título? A ver vamos.

Lucho foi o autor do primeiro golo portista

Quatro dos cinco grandes destaques dos dragões (por altura)

Hulk não marcou, mas foi dos melhores; Fabiano foi grande

Cá está outro: James marcou um bom golo e voltou a brilhar


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