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O Porto voltou a ganhar e a mostrar vontade |
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Hulk foi Homem do Jogo |
Shakhtar Donetsk - FC Porto. Não foi um jogo brilhante, muito longe disso; talvez até algo aborrecido. Contudo, finalmente vimos na equipa portista aquilo que desde há muito desejávamos ver, desde a derrota com o Zenit: determinação. Porque a vontade de fazer as coisas bem é o primeiro passo para que isso aconteça.
Mudança táctica: aprovado
Há que dar o mérito a Vítor Pereira pelas modificações feitas, há que retractarmo-nos daquilo que dissemos contra o treinador: foi ele quem por fim se decidiu destacar do esquema de Villas-Boas e promover alterações decisivas no esquema e no próprio onze. Que James tem de jogar é um dado adquirido: mesmo num jogo menos conseguido, consegue ser melhor que Varela ou Djalma. E falando no angolano, devo confessar que o seu ingresso na equipa titular me fez suspeitar; contudo, ele mostrou que a aposta não fora em vão, rubricando uma exibição esforçada e, no geral, bastante positiva.
Defour, tal como Djalma, foi importante pela sua fome de bola e de levar a equipa para a frente. Hulk, na sua posição menos natural, pareceu muito mais natural que Kléber, sendo saudada a sua deslocação para o eixo do ataque. A ideia de fazer de Moutinho e Fernando um duplo pivô foi surpreendentemente eficaz: lá porque uma equipa tem dois médios de cariz menos ofensivo, não quer que seja defensiva - basta ver o Real Madrid de Mourinho. Com esta mudança, Moutinho não deixou de ser o organizador de jogo, mas contou com uma ajuda mais criativa por parte do belga Defour, que jogou numa posição mais adiantada.
Assim, o Porto jogou num 4-2-3-1, deixando que o Shakhtar tivesse mais bola, mas apostando em saídas fortes e rápidas para o ataque. A equipa só pecou por nunca chegar às segundas bolas, que poderiam ter levado muito mais perigo à baliza ucraniana; na excepção, Varela pressionou Rat, que marcou um belíssimo auto-golo. E há que falar de Helton que, mais uma vez, assinou uma grande exibição: defendeu tudo o que havia para defender, mostrando reflexos fantásticos naquele remate que bateu em Rolando e o capitão desviou para a barra e, ao ver a bola ressaltar à sua frente, mandou-a com os pés para canto. E aquilo que não pôde defender? Bem, nessas bolas, o nosso querubim negro bem pôde beijar os postes, que lhe deram uma ajuda preciosa. Ah, e Otamendi tem de jogar.
Hulk
É certo e sabido que, na canarinha, Hulk joga a ponta-de-lança e não na sua posição de origem. É certo e sabido que, no Porto, Hulk é sempre uma boa opção para a posição mais adiantada do terreno. É certo e sabido que, ontem, Hulk foi o Homem do Jogo. O Incrível correu, correu, correu... O Incrível lutou, lutou, lutou... O Incrível marcou.
Entalado entre os centrais, foi raríssimo vê-lo apoiado pelos colegas (especialmente James), tendo ganho inúmeras bolas que pareciam impossíveis de ganhar. Batalhou, mostrando ser aquilo que já não se via há muito na equipa azul-e-branca: um jogador à Porto, abnegado, sempre a tentar remar contra a maré, sacrificando-se em prol do colectivo e de um resultado positivo para a equipa. O primeiro golo foi marcado por ele - de pé direito! - e o segundo nasce de uma grande iniciativa individual do brasileiro. Alguém duvida que ele foi o melhor? Bem, eu não. E porquê? Porque, apesar de todas as bolas perdidas, tudo o que ele fez de bom foi por mérito próprio e tudo o que fez de mau foi por demérito da equipa. Ontem, ganhei novo respeito por Hulk. Bem-vindo à equipa, amigo.
Agora, para cima deles!
Falta o Zenit. No Dragão. Um jogo, uma vitória. Nem que seja por um golo apenas e que seja o Helton (ou até o Vítor Pereira!) a marcá-lo. Temos é de ganhar. Com este triunfo, recuperámos a confiança e o espírito lutador, a vontade de fazer as coisas bem e, com alguma sorte, fazê-las. Porque a sorte protege os audazes. Agora, falta a derradeira jornada. E, espero eu, estaremos nos oitavos.
O Porto Um a Um
Helton (+2) - defendeu tudo!
Maicon (0) - mereceu nova aposta; decisivo com o remate que deu origem ao segundo golo.
Rolando (-1) - fraco.
Otamendi (0) - melhor que o companheiro, mas mesmo assim...
Álvaro Pereira (+1) - dos mais lutadores e inconformados.
Fernando (+1) - impecável a defender, peca pelos passes sempre fracos.
João Moutinho (+2) - melhor na segunda parte, pautou o jogo e fez grande passe para Hulk marcar.
Defour (+1) - entrada positiva no onze, merece continuidade.
Djalma (0) - o que lhe falta em talento sobra em trabalho.
James (-1) - o oposto de Djalma.
Rodríguez (+1) - entrada muito positiva em jogo, grita por uma aposta mais consistente.
Varela (-1) - fraco, ainda assim decisivo ao pressionar Rat no auto-golo.
Souza (x) - pouco tempo em jogo.
Homem do Jogo
Hulk (+3) - com muito trabalho e muito talento, viu tudo o que fez ser recompensado com um golo e uma belíssima jogada no segundo. Um jogador à Porto.
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Hulk realizou grande exibição |
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Otamendi dava para o circo |
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Regresso importante do argentino |
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Fernando foi dos melhores portistas |
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Rodríguez merece contar mais no plantel |
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O golo que devolveu a chama ao dragão |
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Desta vez, Vítor Pereira acertou |
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Festa merecida... |
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...mas com alguma sorte à mistura |
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Álvaro Pereira foi dos mais inconformados |
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Djalma foi esforçado |
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Cima: Helton, Maicon, Rolando, Fernando, Otamendi e Hulk
Baixo: Moutinho, Djalma, Álvaro Pereira, Defour e James |
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Fernando ainda peca no capítulo do passe |
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Rolando continua a não convencer |
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Maicon justificou a insistência de Vítor Pereira |
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I believe I can fly! |
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Vejam lá se não nos dão mais enfartes, sim? |
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Bem mereceste o golo que marcaste, verdocas |
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Agora está aqui, agora já não está... |
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Maicon teve noite tranquila e foi decisivo |
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E é golo! |
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Álvaro começa a voltar à boa forma |
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O trio do meio-campo esteve muito bem |
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Hulk andou muito sozinho lá à frente |
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Up, up and away! |
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Maicon exibiu-se em bom plano |
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Dá cá um abracinho! |
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Thumbs up if you like Hulk! |
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Fernando limpou tudo |
Notas finais
Parabéns ao Benfica, que conseguiu apurar-se com um empate hercúleo no ninho do Manchester United. Os
red devils foram mais fortes no cômputo geral, mas a entrada fulgurante dos encarnados, que durante meia hora não deixaram os anfitriões tocar na bola, revelou-se frutuosa e absolutamente decisiva. Infelizmente, depois disso, só deu United e
Nani, com o extremo português a realizar uma grande exibição. Mas entre os postes benfiquistas estava o
Rei Artur, o Homem do Jogo, que mostra a diferença que um grande guarda-redes pode marcar numa equipa. Graças ao brasileiro (que já justifica uma chamada à Selecção canarinha) e à forte resposta ao golo de Fletcher, o Teatro dos Sonhos foi especialmente benevolente como Benfica, que concretizou o sonho... em realidade. Nota ainda para Miguel Vítor, que entrou muito bem a substituir o lesionado Luisão.
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Artur foi o Homem do Jogo |
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Nani foi um quebra-cabeças para os encarnados |
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Miguel Vítor entrou muito bem |
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Artur foi enorme |
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O Benfica saiu vivo de Old Trafford |
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