sábado, 5 de novembro de 2011

Vítor Pereira e os Catorze Mandriões

Tudo ao contrário
APOEL Nicósia-FC Porto. Este treinador começa a parecer-me uma autêntica nódoa. Porque mesmo quando ganhamos, a exibição é fraca, com vitórias sempre dependentes de rasgos de genialidade individual, porque temos, sem dúvida, grandes jogadores que sabem fazer a diferença. Desta vez, porém, perdemos. E com imensa justiça.

Mas que equipa?
Primeiro de tudo, a equipa não funciona colectivamente, não há solidariedade nem espírito de grupo, nada. São apenas onze jogadores a correr em campo, e que por acaso até usam a mesma camisola. Não é uma equipa, não é nada. E isto deve-se à falta de mão que Vítor Pereira tem nos jogadores, algo que sobrava a Villas-Boas, que é, sem dúvida, um treinador acima da média. Não é um Mourinho, mas… um VP é que não é de certeza!

Onze duvidoso
Não gostei de algumas decisões iniciais. A táctica carece de entreajuda e garra e penso que, por esta altura, já se tornou óbvio há muito tempo que James está em muito melhor forma (e é bem melhor jogador) que Varela. O português (embora seja português, algo que me agrada bastante) não está a carburar como deveria.
Além disso, o colombiano é um jogador que, também devido à sua tenra idade, demora um pouco a entrar no jogo, precisando sempre, pelo menos, de uns dez/vinte minutos para começar a espalhar o terror pela defesa contrária. Não o colocar de início já foi mau, mas demorar tanto tempo a pô-lo em jogo foi ainda pior. Como se viu, James só começou a ser decisivo no fim, ao ganhar aquele penálti. Isto é, entrar a menos de meia-hora do fim é mau para James e para a equipa, uma vez que ele não terá tempo para explorar o seu jogo. Contudo, até gostei dele neste jogo, já que teve umas quantas iniciativas individuais e colectivas bastante agradáveis. É injusto dizer que o miúdo é egoísta, pois acumula assistências para golo em catadupa.

Os catorze horríveis
Mangala, apesar do penálti cedido, foi dos únicos a mostrar garra. Fernando foi também lutador. Guarín entrou pessimamente, como já tem sido habitual nele. Defour foi a mesma opção de sempre, tão previsível que os treinadores adversários até já devem saber o rol de substituições do Porto em todos os jogos de cor e salteado. Moutinho não mostrou argumentos para recuperar a titularidade – mas sendo o nosso melhor centrocampista, quem poderemos pôr no lugar dele, se todos os outros jogam ainda pior que ele próprio? Belluschi só ocupou espaço no primeiro tempo. Kléber mal teve oportunidades para mostrar o seu valor (que, diga-se, já não é propriamente abundante). Rolando foi desastroso, como sempre (devo dizer que nunca gostei nada dele). Helton não teve culpa. Álvaro perdeu bolas até mais não. Fucile foi o mesmo desatre de sempre (não podemos dizer que temos lateral direito quando a única opção ao uruguaio é Sapunaru, outro que tal). Hulk foi egoísta, mesquinho, individualista, vedeta… bem, só se preocupou em protestar com o árbitro, falhar fintas e perder bolas, as três maiores especialidades dele nos últimos tempos – onde estás tu, Givanildo?
E com as (pouquíssimas) opções que temos, como haveremos de vencer? Mourinho andou a época passada inteirinha a queixar-se de que só tinha dois pontas-de-lança – e eram o Higuaín e o Benzema! Nós só temos Walter e Kléber e este asno (perdoem-me o palavreado) do Vítor Pereira dá-se ao luxo de não inscrever o Bigorna na Champions! Vergonhoso, digo eu…

Vítor quem?
Mas o péssimo rendimento da equipa é fruto da falta de lidrança e capacidade do treinador. Uma equipa triste é uma equipa sem líder nem motivação que perdeu os motivos para dar o seu melhor. E se a equipa já entra apática de início, quando vem do intervalo parece ainda pior, sem confiança absolutamente nenhuma, sem vontade de mudar. E não venham dizer que não havia mais opções para a cadeira de sonho. É bem verdade que Domingos (grande treinador) já estava tomado, Leonardo Jardim fora já para o Braga, Jesus decidiu continuar no Benfica (admitam: até nem desgostavam de o ter à frente do plantel), o Libras-Boas decidira partir para Terras de Sua Majestade e Rui Faria (que se disse ter sido aliciado a deixar Mou e assumir o comando portista) recusou o convite, mas de certeza que havia mais peixe no mar, como se diz às mulheres! Pelo menos, peixe que não era podre como VP. E sabemos todos muito bem que o Porto teria sido capaz de “surripiar” um treinador qualquer a outra equipa portuguesa, como já fizera antes com Jesualdo Ferreira (tendo a vítima sido o Boavista). Que tal roubar Pedro Emanuel, um verdadeiro portista, à Académica? Ou Jorge Costa ao Cluj? Ou até Domingos ao Sporting! Seja como for, tudo menos esta fotocópia triste e borratada de treinador. Tudo menos isto. Tudo menos Vítor Pereira…

Golos: Aílton (42'), Hulk (89') e Manduca (90')
Melhor do Porto: ?????

Guarín entrou muito mal

Uma equipa triste e sem brilho

Até dá para chorar

Vencedores de garra e muito mérito

Cipriotas fizeram a festa

Faltou garra e vontade ao Dragão

Hulk, sombra apagada de si próprio

Mangala, dos poucos que lutaram

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