segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Chorar Sobre Leite Derramado


FC Porto-APOEL Nicósia. Exibição desastrosa da equipa portista, que não mostrou alma de equipa nem chama para combater uma apatia preocupante. A assobiadela final foi bem clara: o vencedor da Liga Europa não deveria fazer das tripas coração para sacar um pontinho na sua própria casa...

Walter
Pois é. Já se adivinhava o mea culpa, que se tornara inevitável após os cinco golos do portentoso Walter ém apenas dois jogos. Contudo, o arrependitmento de Vítor Pereira por não ter inscrito o Bigorna na Champions é vão, uma vez que era algo perfeitamente evitável e advindo de um perfeito disparate. Tudo bem que o treinador portista não tivesse gostado do rendimento do jogador na altura das inscrições; mas daí a deixá-lo de fora da maior competição de clubes do Mundo... Veja-se: Mourinho andou a época passada toda a queixar-se que tinha apenas dois avançados - e esses eram Higuaín e Benzema, dois dos melhores pontas-de-lança da actualidade! E Vítor Pereira dá-se ao luxo de preterir Walter quando apenas tem o desinspirado Kléber para ocupar o eixo do ataque??? Algo tinha de estar mal - o que se veio a comprovar agora...

Querubim Negro
Há que referir que o golo azul-e-branco caiu docéu, quando a equipanada fazia para justificar a vantagem - ou até mesmo a igualdade... Foi, por isso, com naturalidade que o APOEL chegou ao golo - e surpreendente (muito por culpa de Helton) que não tenha chegado à vantagem. O Porto tem um guarda-redes de nível mundial, um verdadeiro querubim negro, como lhe chamam. Deu um frango no outro dia, é verdade - e depois? Já salvou tantas vezes a pele à equipa que até poderia dar cinco ou seis frangos seguidos - estaria perdoado.

Nódoa
Foi uma exibição muito, muito fraca a que o FC Porto apresentou aos adeptos. O chefe Rolando submeteu-se aos cipriotas, o grande Otamendi decidiu ser pequenino, os activos laterais Álvaro e Sapunaru tiraram a hora para dormir, o operário Moutinho não acertou com as ferramentas, o portentoso Guarín só levou mesmo os músculos para dentro de campo, mágico James esqueceu-se da varinha e o "matador" deixou as armas em casa - coisa que já tem sido hábito, não é, Kléber? Só Helton, Fernando e Hulk se salvaram. Mas foi aí que Vítor Pereira decidiu afundar ainda mais o Dragão.

Tiro e queda
Começou por tirar Fernando, o tampão, para entrar Belluschi (entrada acertada para dar criatividae, a pedido do público) e meter o desastrado Guarín (que não acertava um passe) a trinco. Ao mesmo tempo, retirou James (que começava a aparecer - e que teria ganho uma falta perigosíssima à entrada da área, não fosse a noite horrível do árbitro) e fez entrar Varela (sim, aquele que não tem feito nada neste início de época); a assobiadela foi bem merecida. Finalmente, sacrificou Moutinho para dar minutos de tortura a Defour. E por que é que eu não concordo com nenhuma destas decisões? Passo a explicar.
Primeiro de tudo, o treinador foi reunir um meio-campo que nunca jogou junto esta época: Guarín, Belluschi e Defour; mais que natural a óbvia falta de entrosamento entre os três jogadores. Segundo, tirou Fernando, um dos dois jogadores cruciais do meio-campo portista, e um dos únicos que estavam a evitar o descalabro total. Depois, decidiu prescindir de um jogador que começava finalmente a aparecer no jogo - James - para meter outro que não está em forma e que, ao contrário do primeiro, não acrescenta qualquer criatividade ao jogo azul-e-branco. Além disso, foi pôr um jogador absolutamente desinspirado no jogo ofensivo e comprometedor no plano defensivo a trinco; o trinco é o primeiro criador de jogo da equipa e deve ser um dos melhores passadores - pois caso contrário a equipa estará em apuros -, por isso, desviar Guarín, que se fartou de falhar passes, para essa posição seria matar a equipa. Assim foi. Tivemos sorte em sair do Dragão com um mísero pontinho...

Homem do Jogo do Porto: Helton

Helton, o Querubim Negro

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