terça-feira, 18 de outubro de 2011

Os Grandes em Grande

Walter, goleador nato

Imagem A Bola
André Santos e Ricky, jovens com muito futuro

Taça de Portugal. O FC Porto ganhou por 0-8 ao Pêro Pinheiro, confirmando o seu renascimento desde o mau período de jogos. O Sporting também cumpriu (0-2 ao Famalicão), demonstrando que veio para ficar. O Benfica venceu o Portimonense (0-2), numa clara expressão da sua força. Renascimento, crescimento e estabilidade.

Fénix azul
Após o empate como Benfica (depois de outro empate, dessa feita com um rival de menor expressão, o Feirense), a preocupação e o medo abateram-se sobre todo o corpo portista, temendo que o Zenit conseguisse levar de vencida os campeões nacionais. 3-1 para os russos e cumpriram-se as piores expectativas. Contudo, a equipa azul-e-branca renasceu das cinzas no jogo com a Académica, com o renegado Walter a abrir caminho à vitória. A desgraça assombrou Portugal com os jogos da Selecção Nacional e os dias tornaram-se mais cinzentos, mas o Bigorna, juntamente com talentos como Belluschi e Defour, estava disposto a contrariar o marasmo. Quatro golos e uma exibição de encher o olho, com uma estreia açucarada (mas também azarada) para Iturbe e um bom jogo para o caloiro Alex Sandro. Pelo meio, um festival de golos e uma festa digna da Taça de Portugal, oferecida de forma absolutamente digna pelo Pêro Pinheiro. O dragão reergueu-se, qual fénix renascida das cinzas.

Leão holandês
O Sporting continua a confirmar o excelente momento de forma, reassumindo-se definitivamente como um dos grandes portugueses. Sete vitórias seguidas para a equipa leonina, com Ricky Van Wolfswinkel, Stijn Schaars, Elias, Patrício, Onyewu, João Pereira, Insúa e Capel, entre todos os outros - que têm também todo o mérito - como estandartes da bandeira verde-e-branca. Má sorte de Carriço e de todos os restantes centrais lesionados. Contra o Famalicão, uma vitória suada, com o primeiro penalty da época a ser assinalado a favor dos leões, e Ricky a centrar de novo em si o protagonismo. Mas há que realçar também a  importância de todos os outros, pois Domingos construiu uma equipa fortíssima no colectivo, potenciando as individualidades. Bom jogo dos anfitriões, vendendo cara a derrota e tornando o trabalho do Sporting ainda mais meritório. Venham mais desafios!

A águia caça a presa
O Benfica continua arrasador neste início de época, tendo derrotado novo rival - o mais difícil dos três, diga-se - e seguido em frente na Taça. Ficaram na retina as actuações de Bruno César, Capdevilla e Miguel Vítor e as estreias de Nélson Oliveira e Rodrigo, assim como de David Simão e Eduardo. Clara demonstração de força das águias, lideradas pelo Chuta-Chuta, que assinou nova exibição plena de classe. E com quatro portugueses no onze! Sigam-se os palcos europeus.

Dúvidas
Será Jardel, brasileiro e contratado à pressa, melhor que Miguel Vítor, português e formado com todo o primor nas escolas benfiquistas? Será Kléber, que tem deixado muito a desejar, melhor que Walter, que marcou cinco(!) golos nos últimos dois jogos? Será Emerson melhor que Capdevilla? Será Cardozo melhor que Rodrigo ou Nélson Oliveira? Miguel Vítor é um central polivalente que explana classe - pessoalmente, Jardel é um jogador que não me agrada nada; escolheria o português, sem sombra de dúvidas. O Bigorna tem aquele ar pesadão, mas também o tinha Ronaldo, o Fenómeno, e vejam quantos golos marcou ao longo da sua carreira; pessoalmente, prefiro Walter a Kléber. Capdevilla é campeão do mundo, um jogador de créditos firmados aliciado por uma competição que nem sequer irá jogar; pelo palmarés, fico com o espanhol. Cardozo é um ponta-de-lança sem mobilidade que irrita ver jogar, tanto pelas oportunidades que falha, como os passes simples que entrega aos defesas contrários; Rodrigo e Nélson Oliveira são dois jogadores fantásticos e ainda muito jovens, com um futuro brilhante pela frente; para já, fico com Óscar Cardozo: dará, possivelmente, lucro ao Benfica, além de fornecer tempo e espaço aos dois miúdos para crescerem, pelo menos durante esta época; com certeza Jorge Jesus lhes dará mais oportunidades durante a temporada.

Estreias de encher o olho
  • Iturbe estreou-se (e lesionou-se) com a camisola do FC Porto, dando já um ar de sua graça; os adeptos ficaram com água na boca. Alex Sandro mostrou que é uma aposta sólida para fazer concorrência a Álvaro Pereira e, mais tarde, a Rafa (se não lhe ganhar o lugar); o Porto só deixará o Palito ir embora quando tiver as duas alternativas disponíveis. Kadú é um guarda-redes magnífico, guardado na caixinha mágica, para um futuro a médio-prazo. Bracalli é excelente, sendo uma sombra bem pesada para Helton.
  • Eduardo é já bem conhecido do público português, um guardião de nível mundial; esperemos que tenha mais oportunidades, pois caso contrário, por que veio para o Benfica? Rodrigo é um avançado completo, um verdadeiro artista do futuro; mal posso esperar por poder vê-lo de novo. Nélson Oliveira é um jogador fantástico, muito possivelmente o futuro ponta-de-lança da Selecção Portuguesa; esperemos que sim; falta apenas vê-lo mais vezes. Rodrigo Mora parece-me um jogador com potencial, mas os poucos minutos que teve de jogo não foram elucidativos. Fala-se muito do sucessor de Aimar, quem irá o Benfica comprar; pois eu penso que já há na equipa quatro sucessores à altura: Gaitán, Bruno César, Witsel e... David Simão; o miúdo tem um toque de bola delicioso, endossa o esférico com muito açúcar e demonstra uma visão e leitura de jogo notáveis; tenho a certeza que seria o herdeiro ideal de El Mago; por que não recorrer à prata da casa?
  • Marcelo Boeck é concorrente de peso para Partício, tendo saído de Famalicão com um saco de grandes defesas. Diego Rubio é um avançado tremendo, uma grandíssima promessa; penso que Domingos deve ir apostando nele regularmente, nos jogos da Taça de Portugal e da Taça da Liga, assim como no portentoso Bojinov; com apenas dezoito anos, o chileno [Rubio] é uma das grandes promessas do futebol mundial. 
  • Iturbe
    Alex Sandro
    Nélson Oliveira
    Rodrigo
    Capel
    A festa da Taça

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